sábado, 27 de dezembro de 2008

Escola da Ponte e a polémica Aves/S. Tomé de Negrelos

(Imagem retirada do site oficial da Escola da Ponte)

Para muitos, desatentos, aparece como novidade a transferência (física) da Escola da Ponte de Vila das Aves para S. Tomé de Negrelos.
Mas, a verdade é que há cerca de três anos foi aprovada a carta educativa do concelho de Santo Tirso que previa esta situação. Penso até que não houve nenhum voto contra esta Carta Educativa.
Na verdade, a Escola da Ponte chama-se Escola Básica Integrada Aves/S. Tomé de Negrelos. Tal pode ser confirmado no projecto educativo, disponível na página oficial da Escola (pode ser consultado aqui).

Não creio que se ganhe nada a entrar em bairrismos pacóvios.
É ou não verdade que fazem falta novas instalações para a Escola da Ponte? (claro que sim)
É ou não verdade que esta escola serve as duas freguesias? (claro que sim)

O que está errado em toda este processo é o facto de, quando a Câmara "enche a boca" anunciando uma nova escola, não dizer que se trata apenas de novas instalações para uma escola já existente.
O que está errado é a Câmara tentar fazer esquecer que estas instalações deveriam estar concluídas em 2005.
O que está errado é que a escola não mantenha o nome de Escola Básica Integrada Aves/S. Tomé de Negrelos e se passe apenas a chamar Escola Básica Integrada de S. Tomé de Negrelos.

Mas, ficam-me algumas dúvidas ainda sobre a manutenção do projecto educativo. Será para manter? E o contrato de autonomia?
Os silêncios sobre isto merecem-me a maior das apreensões.

7 comentários:

Anónimo disse...

Se retirarem equipamentos a uma comunidade sem ouvir a sua opinião, quer sejam escolas, finanças, ou serviços de saúde, como maternidades e urgências e os seus naturais residentes se indignarem, estão a ser "bairristas pacóvios". Então meu caro amigo, mais vale dedicar-nos todos ao laser e fecharmos a nossa cidadania para obras!

Anónimo disse...

"Mas, ficam-me algumas dúvidas ainda sobre a manutenção do projecto educativo. Será para manter? E o contrato de autonomia?
Os silêncios sobre isto merecem-me a maior das apreensões".

Então em que ficamos?

Quem nos garante que se vai manter o projecto de ensino da Escola da Ponte após a sua deslocalização?

Está na cara, que não se trata apenas e só da deslocalização da escola, porque os autores desta deslocalização, são exactamente os inimigos de sempre deste inovador projecto de ensino.
Seria bom que as pessoas antes de opinar por palpites, conhecesse um pouco dos antecedentes e historial da caminhada deste projecto de escola.

Cumprimentos.

Tirso ao alvo disse...

Caro Beja Trindade,
Bairrismo pacóvio não é a defesa das infraestruturas da respectiva comunidade.
Bairrismo pacóvio é comparar isto à mudança de nome da Estação!
Ou será que mudar o nome à Estação das Aves (e eu acho que assim está bem) é comparável a esta situação?
A carta educativa, como referi, foi aprovada há cerca de 3 anos na Assembleia Municipal de Santo Tirso, creio que sem votos contra.
Há 3 anos que isto era previsto.
A comunidade educativa Aves/S. Tomé vai continuar a ter uma escola. A diferença é que a escola deixará de ser numa freguesia para ser na outra.

Para que fique claro, registe o seguinte:
- Pessoalmente, sou contra esta carta educativa, bem como contra a lógica com que estão a ser feitas um pouco por todo o país. Não me parece correcto, por regra, a concentração de graus de ensino diferentes na mesma infraestrutura.
- Não conheço profundamente o projecto educativa da escola da Ponte. Parece-me interessante, embora conheça grandes contestatários do mesmo. Contudo, acho que merece ser defendida a manutenção do projecto educativo, pelo menos como opçao.
- Referi no post que no nome oficial da Escola deveria manter-se a referencia ás 2 freguesias.
- Condenei, também no post, a propaganda (enganadora) da Câmara Municipal e da Junta de freguesia (da dupla Castro Fernandes-Pinheiro Machado) que apresentam este projecto como uma nova escola, quando na verdade se trata de novas instalações para a escola já existente.
- por fim, e porque não reivindicar transporte gratuito e directo dos alunos das Aves que têm que se deslocar para S. Tomé para frequentar a escola?

(porque me parece necessário esclarecer esta posição, colocarei esta resposta como post no proprio blog)

BEJA TRINDADE disse...

Caro Tirso ao Alvo

Quando eu comparei a tentativa de adulterar do nome da Estação, não foi por mero acaso. Se reparar bem trata-se dos mesmos protagonistas de sempre contra os reais interesses de Vila das Aves, se isto é "bairrismo pacóvio" para o meu amigo, talvez não o seja para o povo de Vila das Aves que conhece bem a cortesia política existente entre os referidos protagonistas, que já são useiros e vezeiros nestas atitudes.

Tirso ao alvo disse...

Caro Beja Trindade,
Não quero alimentar polémicas sobre isto.
Penso que as questões centrais nesta matéria foram referidas na resposta anterior.
Nos últimos 30 anos foram os mesmos os responsáveis pelos vários ataques sofridos no concelho. Desde o abandono do património ao encerramento de serviços públicos, passando pela destruição da indústria têxtil.
Confesso que acho que comparar a situação da Escola da Ponte, do futuro do seu projecto pedagógico e da sua autonomia pedagógica com a situação da estação, é tirar força a um assunto que deve merecer o empenho das forças políticas idóneas e leais aos interesses das populações.

Sebastião Gomes disse...

Meu caro Beja Trindade,

O senhor anda a ver mosquitos em Santa Tecla.
A escola de Aves / Negrelos só serve alguém da Vila das Aves e outras crianças de fora do concelho.
Uma escola não é uma estação!
Negrelos vai ter uma escola pela qual sempre lutou e vai fazer o "favor às Aves" de albergar no seu território uma escola a quem manhosamente puseram o nome de Aves / Negrelos. Para atingir fins conhecidos já não houve problemas com o Negrelos, porque convinha apanhar o combóio e se calhar tomá-lo de assalto. Mas o maquinista já se pirou para o Brasil. Com certeza à procura de terreno fértil para as suas doutrinações. E entretanto manda de lá cartas aos peixes. Não acha isto um disparate, para quem tinha cá um projecto tão bom?
E por falar em projecto educativo, que é que o senhor reconhece como projecto na maneira de desensinar na escola da Ponte? Não sabe que os alunos da escola da Ponte ou têm explicadores no tempo extra-escolar ou então fazem má figura, por falta de conhecimentos, quando saiem daquela escola?

elypaschoalick disse...

Caro Sebastião Gomes.
É com pesar que leio esta polêmica.
Mesmo que os alunos da Ponte saiam necessitando de explicadores saem com certeza sabendo ser cidadão participativo em sua comunidade e mercado de trabalho.
Visitei escolas em Portugal onde a maioria dos alunos reclamam das aulas, do sistema e até vi, em escolas públicas da Grande Lisboa, o absurdo de mandar limpar o pátio alguns alunos que apresentam mal comportamento.
Uma educação não se mede pela quantidade do FAZER ou do SABER mas sim pela integridade do SER.